14 de setembro de 2017

Sem Título 97

Talvez eu seja um daqueles exageros
que nascem na calada da noite em desespero.
Ou alguma suplica não resolvida,
que clama entender o sentido da vida.

O embarque na filosofia é maçante e incisivo.
Sinto o couro ser arrancado.
É um constante conflito...
Sinto meus ossos serem raspados...

Acho as vezes que me devotei
criei expectativas em castelos de sal
mas não acho exatamente que me enganei
foi um período de conhecimento, afinal.

Epicuro, grande homem, perdão pela falha
Devo ter interpretado mal tuas palavras
se não fosse aquele incêndio que te assolara,
eu entenderia melhor o que gritava tua alma.

Não se escondem em essências
Também não estão em pessoas
não se trata de permanência
ou de sempre extrair coisas boas.

A amizade é um fruto amargo
um café sem açúcar de madrugada.
É um abraço que toca até a alma
mas que pode causar um grande vazio.

Mas nem só de amizade tu falavas
era sobre estar e permanecer
ainda que em fluxo, explicavas
Pude compreender melhor o ser.

Devo então ter me tornado equilibrista
ao coordenar esperanças e abandonos
e mesmo que diante todos os planos
torno-me um anti-epicurista.

minha amizade não tem rosto
é sentida e completa
ocorre de certos momentos
afaga-me e me despreza.

Afinal não é errado se sentir mal
como o lobo que se alimenta só.
É mais sobre perceber ao final.
Que não existe amigo que exista por um sol.

Um dia, Epicuro, me mande uma carta
Me fala sobre quando você desacreditou de si.
Conta sobre as noites com alma acordada,
presenciando seu espirito ruir.

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