3 de março de 2017

Um diálogo sobre azul e vermelho

Tu és gelo e eu sou fogo.
Contra parte do mesmo tempo,
Sem excessos ou exageros:
Densos como o vento.

Eu sou fogo e tu és gelo
Como o azul e o vermelho
Temperamentos diversos
Que se unem no universo.

Tu és gelo e eu sou fogo.
Sou o temperamento explosivo.
Caos, amargor sucessivo.
Uma possível aspiração ao brutalismo.

Eu sou fogo e tu és gelo.
Implosivo e incessante
Frio, mas num queimar constante.
Equação com solução não conhecia.

As chamas podem ser azuis
Numa hipnose que seduz.
Como o gelo que adormece
Mas ainda assim conduz.

O sangue mais nobre não possui cor
O laço de irmão não pede genética
A proximidade do fogo e gelo, com fervor
É o laço construído pela ética.

Não é sobre cores ou temperatura,
É sobre espírito é loucura.
Talvez seja indescritível em linhas
E, para contar, só o silêncio ajuda.

O azul e o vermelho são um.
Cores e humores que poucos entendem
Encontrados em lugar nenhum,
Sempre existiram para os que creem.

Num fogo, num vulto,
Num choro, num susto,
Num silêncio é na dor:
Azul e vermelho conseguem se sobrepor.

Afinal somos entes além do ser
Espíritos que caminham no escurecer
Irmãos, azul e vermelho.
Tu também é meio fogo e eu um pouco gelo.

Ao grande irmão é amigo.

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