13 de agosto de 2016

Sem Título 80

Faltam apenas alguns dias,
pra'quele cotidiano desagradável,
aqueles olhares, atmosfera miserável
banhados pelas personalidades frias.

Ainda mais triste é a percepção
que naquela solitude, até eu sou destruido.
Todos os dias, algo puro em mim é morrido,
Na busca da perfeita aniquilação.

Personas falsas, truques antigos.
Gente fingida, pouco ouvido,
*Corte no rosto, espetáculo ao vivo
porque eles não se afirmam, ou será proibido?*

Todas as emoções, cruas e nítidas
devem ser mascaradas com risadas malditas.
E para entrar na brincadeira,
qualquer seriedade devem ser quebrada com zoeira.

É impossível adotar a densidade do ser,
Viver deve ser fácil e é errado distorcer.
Ainda que notem o palco de bizarrices,
O dia-a-dia corrompe a vida.

Não é possível também se afirmar,
Dizer das suas habilidades é quase vulgar.
O correto é fingir ser burro, inofensivo,
Parece que isso que eles chamam de amigos...

Alguns se preparam para mais um semestre
eu me preparo para mais um coliseu.
Os egos gritam que são mestres,
mas poucos enxergam a verdade como eu.

Alguns aconselham que não se deve levar a sério
esse meu bucolismo fatal,
outros acham bonito, mas não aguentam até o final
não preciso de pessoas diferentes ou adversas,
ou problema não está em mim e sim nelas.

Ao menos eu construí essa armadura formal
de conseguir falar das minhas dores por aqui,
e ainda acho que se você leu até aqui,
estômago teve afinal.

Corro procurando meus fones de ouvido,
as vezes escuto musica nenhuma,
mas é melhor ser tido como invisível,
que fingir ver a espessura (da vida).

A semana começa com esquisitos no coletivo
sou apenas um louco que canta suas músicas sem perigo.
Prefiro então andar que esperar outra condução
O refúgio da natureza é a melhor opção.

Alguns passarão e dirão bom dia
e eu verei toda a falsidade insistente...
alguns fingem ao me ver presente,
pra esses eu sou apenas educado: bom dia.

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