1 de dezembro de 2015

Sem Título 74

Afinal o que há comigo, me sinto tão estranho...
Como se um vento tivesse passado e com ele levado todos os meus planos.
As cercas do cotidiano insistem em me vigiar
Como devo viver em paz se sinto em todo momento o frio deste lugar?

Só há ruído... Alguém pode me ouvir?
Dizem que quando se pede com fé os deuses passam a reagir...
Todos deuses mortos, esqueceram de mim
De me levar para o limbo, mesmo que ele já habite em mim

Já fez sua escolha? A roupa, a fala,a meta...
Não importa quanto tentem nada disso interessa.
Vivemos num ciclo pré moldado, cheio de inevitáveis soldados.
Que nos mandam, nos batem, nos fazem entender que somos ignorados.

Fugiu me a palavra como já se faz há muito tempo.
Seco, turvo, serrilhado, quebradiço.
Convergem-se em morte viva e vida em sumiço.
Isto é, se ser for ser percebido.

Pesam-me todo e tudo, mas machucam-me em parte.
Estrelas choram, velas ardem... É noite e tarde.
Esqueci de esquecendo esquecer-me
E lembrei do prometido, fingir em bom estar e ser.

Falho desastrosamente, ainda não exprimi todos os fatos..
Mas com angústia e agonia, como contarei todos casos?
Eis que tal dúvida nunca responderei
Ainda a luz eu nuca tenha visto.

Ao permanecer desesperado,
Digo num tom aliviado
Que me mesmo que tenha fracassado
Em falar, eu tentei.

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