25 de janeiro de 2015

Velhice

"Talvez fosse isso, eu continuava pensando. Talvez eu estivesse ficando velho demais para a jinza que eu levava, irmãos. Eu tinha dezoito agora, recém-completados. Dezoito não era uma idade jovem. Aos dezoito anos, Wolfgang Amadeus havia escrito concertos, sinfonias, óperas, oratórios, aquela kal total, não, kal não, música celestial. E também havia o velho Felix M. com sua Abertura Sonho de uma  Noite de verão. E havia outros. E havia aquele poeta francês musicado pelo velho Benjy Britt, que havia feito toda a sua melhor poesia aos quinze anos, Ó, meus irmãos. Arthur, era seu primeiro nome.Portanto, dezoito não era uma idade assim tão jovem. Mas o que é que eu ia fazer?"

"Sim sim sim, era isso. A juventude precisa acabar, ah sim. Mas a juventude é apenas quando nos comportamos tipo assim como os animais. Não, não é bem assim tipo ser um animal, mas ser um daqueles brinquedos malenks que você videia sendo vendidos nas ruas, como pequenos tcheloveks feitos de lata e com uma mola dentro e uma chave de corda do lado de fora e você dá corda nele e grrr grrr grrr e ele vai itiando, tipo assim andando, Ó, meus irmãos. Mas ele itia numa linha reta e bate direto em coisas bang bang e não pode evitar o que está fazendo. Ser jovem é como ser uma dessas máquinas malenks"

 - Laranja Mecânica

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