25 de dezembro de 2014

Sem título 49

Tô cansado daqui, meio de saco cheio
durmo a noite, mas a mente ainda pesa
não consigo ser claro, falar sem rodeios
mas já tentei melhorar até com reza.

Digo, os dias passam, mas parecem iguais.
Os rumos se alteram, mas ainda são turvos
Será que aqueles sonhos eram mesmo reais?
ou será que me moldo em conjuntos curvos?

E o intragável sentimento de inveja
Ainda que muito tenha alterado
invejo quem tem correspondência (no amor), o contrário
um utilitarismo falso e desnecessário?

Mas há dias para se conversar com lápis e papel
Esses dias são diferentes de viver
São momentos em que entro num carrossel
parece ser este o meu vir a ser.

A brisa no rosto... Tão leve e macia
a música que guia a escrita da mão
já não estou na Terra e sim numa ilha,
Onde não falo com boca, mente ou olhos, mas com o coração.

Tô cansado, mas aqui (onde) me recupero
Nem me importa opinião alheia
tampouco se acerto ou erro
Sou cientista feito de areia

O movimento das folhas, tão fantástico
Como o agado que meus pais me fazem
O voo enigmático da ave, rumo a um penhasco
tudo isso descreve a mais linda imagem

No final eu acabo descansando
Aqui mesmo, nos dias clonados
Ainda com medo vou melhorando
Quem bem faz escrever neste estado.

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