25 de dezembro de 2014

Sem título 48

Eu acho que nasci na época errada
nesses tempos invernais
de crises existenciais
que beiram a madrugada

Eu acho que nasci na época certa
de tecnológicas mentes não abertas
e inesgotáveis fontes não certas
Com restrições que na existência aperta

Eu acho que nasci na época errada
tantos gostos e risos que possuo
encontro no passado, um murmúrio
de existir companhia esgotada

Eu acho que nasci na época certa
de confusas mentes exaustas
com pouco tempo disponível em caixa
e muitas outras dúvidas abertas

Talvez no momento oportuno
eu me encontrei os amigos corretos
fiz do pouco que tenho, o certo
e ainda escapo de antigos perjúrios

Talvez no momento paradoxal
onde encontre na filosofia um amor sem igual
já nas exatas a imprecisão decimal
de não ter medida de ponto final.

Não há tempo que me meça
pois salto entre eras pré-históricas
visito civilizações pós-antropomórficas
se penso e imagino, não há nada que me impeça.

Ainda que me quebre em pedaços
reconstruo-me em parte
e consigo com o sofrer de hades
alterar-me entre areia e aço.

Eis o sentido existencial
o passar do adimensional
a fuga resplandecente do ser
na incerteza do que pode acontecer.

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