27 de setembro de 2015

Sem Titulo 72




Te esperei por um longo tempo
alguns me disseram que tu nem viria,
mas tu acabou de dar o ar da companhia
e tornou sua presença num sagrado momento.

Tu que mesmo gigante e brilhante,
estudada por todos no colegial,
é esquecida, eliminada de forma sem igual
pois não incomoda como seu vizinho de um dia distante.

Hoje porem tu estavas diferente,
usavas um traje vermelho
e a cada segundo olhando você via um conselho.
muito além de ser apenas reluzente.

Fora um silêncio e tua beleza vermelha mudou:
parecia o sangue que outrora dos meus olhos pingou...
Como podes tu saber tanto de minha vida?
E me disse: te acalmas, sou tua eterna amiga.

num alaranjado químico de um experimento,
tua chegada passou de preto à carmesin.
conduzindo lembranças sem fim
e traçando dialogos ensurrecedores no pensamento.

Olhei até onde pude e minha visão permitiu.
lamento se não pude observá-la com mais amplitude,
mas quero que se lembre da minha atitude
de tratá-la como um oposto ao ser juvenil.

Tu me contou dores e partilhou no seu vemelho.
ouvira ali todos os meus segredos.
reservando-se a nada falar, ao desapego.
me permitindo pintar com sangue todos os meus medos.

Fora hora de partida e tivera que ir embora.
triste como teve que ir tão cedo...
como os meus amigos que, pelo que creio.
tornam infinitas e minusculas toda as passadas horas...

Daqui a dezoito anos tu aparecerás novamente...
e eu continuarei saudando-a fervorosamente
pois tua forma é muito mais que fenomenal:
é parte de mim, uma forma temerosa, timida e abismal.

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