22 de junho de 2015

Sem Título 67

Eu fico imaginando as vezes, tentando perceber,
o quão legal deve ser priorizado
tenho que lhe dizer, deve muito irado,
alguém que se lembra de você.

Acho que entendo finalmente os desertos que me vagam,
é a necessidade de uma prioridade,
não peço alguém que viva à mim em totalidade,
mas alguém que constantemente se importe de verdade.

Lamentei sempre uma família minúscula, talvez me dessem mais atenção
reclamei os tios, avôs, primos não existentes
reclamei e nunca houve nenhuma solução realmente,
acabei chamando os amigos da vida de irmãos.

Mas cada um tem sua vida e muito a viver
cada um tem seu tempo, tenho que compreender...
é tão agradável quando o outro escuta,
mas porque minha fala não pode ser sincera?

Dizer o que os outros querem ouvir é agradável
servir como querem ser servidos é tolerável
não há nada mais fantástico num amigo
se ele só pensar em você, sem retribuição nem pedidos.

Mas mudemos de panorama,
que tal uma namorada?
talvez ela escute minhas lamentações
e queira também ser escutada.

Mas as mulheres fogem como areia nas mãos
querem o que não presta
escolhem amores pra viver de ilusões
depois que perdem, nada mais resta.

Ah como você é errado!
Que sentimento horrível
horrível é tua hipocrisia,
que se sustenta em alma vazia.

As pessoas não aprendem a amar,
querem romances literários
fazem mulheres e homens de otários
mas preferem isso do que tentar.

Nenhuma das coisas que citei são verdadeiras
ou existem em meu cotidiano,
tenho a versão a dependência
imaginem só, eu ainda sou humano.

Que batalha fervorosa, se luta aqui dentro
por um lado agradeço a solidão, por outro lamento
não deveria ser assim não é?
sou o que deu pra fazer com o que  fizeram de mim.

Já sei! um animal de estimação!
Cuidarei ali de uma vida, dando carinho e ração,
mas se mal e mau cuido da minha, como cuidar de um cão?
Que ironia, talvez até os cachorros se falassem, diriam não.

Também me acostumo no cotidiano, ser ignorado por todos
minhas contas e ideias não batem, sou uma mente inferior,
prefiro ser uma mente, antes de tudo autêntica, com fobos
mas ouvir a todos que falam, tentar cultuar o clamor.

Além da família, dos amigos e do colégio, da vida que vivo
não consigo ver um senso de importar-se, de querer ouvir,
são tantas coisas fora de lugar, que não deveriam ser assim
mas acho que é que tô errado, todos nós não somos devir?

Quem sabe é tudo ilusão minha, só uma sede desesperada
vontade de atenção por razão não identificada
talvez eu só tenha que entender que ninguém é obrigado a se lembrar de nada
ou talvez precise de duas vidas, tão grande sendo minha alma.

Seco as lágrimas, nada aconteceu
cubro-me no escuro da noite, no muito que ocorreu
no dia seguinte estou pronto a sorrir
o mundo não quer, os meus problemas ouvir...

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