18 de maio de 2015

Sem Título 63

Hoje caracterizaram-me como diferente.
Veja que novidade,
Disseram-me que sou belo
Mas detentor de não paridade.

Talvez ser diferente seja a resposta
De não encontrar similaridade em nada
Enamorar estrelas mortas de madrugada
Num silêncio de escutar a aorta.

Mas não me ofendo com a opinião alheia,
Cada um pensa o que bem quiser,
Chateia-me a não transparência que vagueia,
Por não conseguir a palavra feio dizer .

Sim por fora sou feio, e por dentro também seja
A diferença é que o tempo não me é fator destrutivo
Pois enquanto enriqueço-me por dentro e não olvido,
Tu envelheces e torna-se feio como eu, veja.

É triste saber que a estética é tão mal interpretada,
Torna-se objeto apenas para a matéria bem afeiçoada.
Esquecem que a estética está no ser,
Na ética, na dignidade, no amanhecer.

Parecem que procuram na verdade outras forma de beleza
As inalcançáveis ou as que maltratam, gerando tristeza
Parece que essas são as mais bonitas
Largaste o amor de um escritor, por uma noite mal vivida.

Na minha miopia, me cego e meu olho fica vermelho,
Na minha alergia irrito-me diante de um espelho
Mas na minha cegueira posso ver melhor
E na minha doença posso ter saúde, direito.

Por último aviso: Não sou fera bestial.
Possuo tantos defeitos quanto qualquer ser normal.
O único que faltou-me foi a falsidade,
Mas agora posso dizer: És feio(a) de verdade!

Nenhum comentário:

Postar um comentário