18 de janeiro de 2015

O Admirar da noite

Era tarde, cerca de uma e meia da manhã de domingo. Dante começou a ouvir as batidas na janela. Uma nuvem meio tímida estava no topo do bloco do apartamento onde residia. Ele partiu em direção a janela.

Tudo a volta parecia sem chuva... Era como se ela tivesse escolhido existir por pouco tempo. Dante estava feliz... Suas lágrimas se misturavam com aquelas gotas d'água fazendo sua solidão mais acompanhada. Pensou em falar algo para os céus, mas foi abraçado por uma brisa e resolveu fazer um monólogo sobre tudo aquilo que estava deixando-o insatisfeito e o fez... apenas em sua cabeça.

De repente parou e olhou para o céu limpo. Dante nunca soube dizer se aquele ponto laranja brilhante como os olhos do seu falecido cachorro era realmente marte... Ou uma estrela qualquer. Mas ele adorava ver e sorrir para ela. Pensava na insignificância de cada partícula em comparação ao universo (ou multi verso como gostava de acreditar). Ele se perguntou o que o deixava menos insignificante e minúsculo do que aquela gota de chuva. Não encontrou resposta.

Ali naquele segundo, Idéias, pensamentos, pingos de chuva, corpos estelares, barulhos e silêncios mostraram o segredo da existência para Dante. Que não entendeu nada e voltou para o velho colchão, prometendo a si mesmo que havia sonhado tudo. E que esqueceria de tudo no café da manhã enquanto estivesse sorrindo para seus pais. Ele nunca esqueceu.

Dante era comum e simplesmente gostava de observar. Esse comandante nunca comandou a si, mas sempre buscou comandar esses momentos sagrados....

Dante não é nada.... Só uma alma pensante que surge no admirar da noite.

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