19 de fevereiro de 2015

Sem título 58

Ele lapida, sem sombra de dúvida,
Quebra pequenas lascas da alma.
Gera choro, agonia, tira a calma.
Ainda fomenta a morte súbita.

Gera reflexões purulentas,
Desejos inalcançáveis,
Retorno aos passados memoráveis,
Abre feridas violentas.

Há quem negue sua importância,
Peça que ele nunca exista em sua vida.
Reza todas as noites em demasia,
Cega-se para a relevância.

Muitos transformam-se completamente
Todos, diria Heráclito.
Seria esse fato tão pragmático?
A ponto de ser impossível não tê-lo em frente.

Ensurdeça-se ao seu medo,
Não dê alto valor,
Encare tudo, abrace a ideia com amor.
Fará ser eficaz, mas não acabará mais cedo.

Não importa a situação descrita,
Ele está lá em alguma de uma situação velha.
Por mais que tente Amor, ter, ser a queda.
A realidade não pode ser comprimida.

Ainda não ficou claro o sentimento primeiro?
Que aqui estou agradecendo existir...
Te respondo facilmente, tu deves possuir.
Sofrimento, eis fato costumeiro.

Estou louco? sou um sádico?
Rio e digo-lhe que não
Mas preste bem atenção
Sem a experiência do sofrer, seria o mundo fantástico?

Por mais que ele te pise e te jogue contra parede,
O saber não é crise e não há qualquer macete.
Se somos melhores um pouco a cada dia,
Será que não o sofrimento, que proporcionou tal alegria?

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